Companheiros:
Nós do Sindisep/RJ, Sindicato Intermunicipal Dos Servidores Públicos Federais Dos Municípios do Rio de Janeiro, temos observado com muito receio a conjuntura nacional, uma vez que o cenário político tem tomado um rumo perigoso para o país, com o crescimento de doutrinas de extrema direita, contrárias aos interesses de classe dos trabalhadores, que fornecem falsas respostas para as angustias de grande parte da população. O discurso do ódio personaliza os graves problemas nacionais, sem atacar as bases estruturais e políticas que provocaram a atual crise.
O discurso da principal candidatura da direita, encarnada por Jair Bolsonaro, defende a tortura e o assassinato como práticas de estado, posturas contrárias a todas as obrigações internacionais assumidas pelo Brasil. Isso assusta não apenas pelo seu conteúdo de violência, mas também por sua aceitação por parte da sociedade, que a trata, quando imposta contra o outro, como algo normal. A adesão das elites econômicas ao discurso da brutalidade e do totalitarismo não é nova, sempre que este tipo de ação foi necessária para a maximização da exploração dos trabalhadores e, consequentemente, de seus lucros, elas a apoiaram. O novo é ver trabalhadores, tradicionais alvos da violência de estado e de classe, incorporando-a como aceitável para o seu próprio dia a dia. Em síntese, as vítimas da exploração se colocam na defesa de seus próprios exploradores.
O confuso discurso do candidato da extrema-direita, baseia-se, em primeiro plano, na repulsa ao Partido dos Trabalhadores, PT, que governou o Brasil de 2003 a 2016, em consórcio com outras agremiações, inclusive de direita (PMDB, PP, PR, PSC, PSD etc), sendo alvo de inúmeras denúncias de corrupção, seja por atos de seus membros, seja por seus aliados. Destaquemos que o próprio presidenciável Jair Bolsonaro integrava a época era base do governo e está envolvido em diversos crimes. A candidatura da extrema-direita defende a revogação dos poucos direitos trabalhistas que sobreviveram ao governo Temer, medida catastrófica para os trabalhadores. Para o serviço público, resta apenas o desmonte e a privatização, mantidas e ampliadas as regalias para as elites militares e judiciais.
A campanha da extrema-direita, como lhe é típico, baseia-se em preconceitos e mentiras, repetidas milhares de vezes na internet cria falsos “mitos” para disseminar o ódio, canalizando o descontentamos do povo contra a crise criada pelos ricos, contra o próprio povo, em especial a estrangeiros, imigrantes e, principalmente, os pobres. Tornam as vítimas da crise do capitalismo em culpados pela violência e miséria à qual estão submetidos, militarizando as áreas pobres e colocando o povo no fogo cruzado entre o Estado e organizações criminosas.
Pior, o discurso de ódio e mentira da candidatura de extrema-direita corteja o fascismo, com a implementação de um governo repressor e violento, usurpando o Estado e o colocando submisso aos interesses econômicos de grandes grupos econômicos nacionais e internacionais. Defende a privatização e o cortar gastos sociais para estimular o capital especulativo, sem compromisso com a economia real, que faz girar a economia e colocar pão na mesa do povo. Afirma-se como nacionalista, mas quer entregar nosso patrimônio público para grupos estrangeiros, exportando nossas riquezas e empregos, tornando o Brasil cada vez mais dependente, a semelhança das antigas colônias de exploração.
Independentemente do resultado que será exarado nas urnas nesse domingo, havendo ou não segundo turno, há duas tarefas fundamentais a serem travada pelas entidades de trabalhadores e estudantes: a defesa da democracia e o combate a ideologia fascista que se expande no Brasil.
O fim dos concursos públicos, fim da Saúde Pública (SUS), das Universidades, a demissão em massa de servidores, a limitação à aposentadoria entre outros atrasos são pautas daquela candidatura e de outras, devendo, apenas por esses aspectos, serem combatida nas ruas de forma unificada pelos defensores da classe trabalhadora. Mas não é só isso...
O caráter obviamente totalitário do candidato fascista impulsiona retrocessos sociais e apresentam-se em propostas de censura à educação, de liberação do racismo e da homofobia, de rejeição do resultado das urnas quando lhe for contrário, da defesa do machismo e de outras formas de opressão, sociais, morais ou econômicas.
Por fim, nós do Sindisep/RJ conclamamos a todas as trabalhadoras e trabalhadores, a todas as entidades de classe e associativas, a todos os coletivos e agrupamentos, a se unirem em uma frente em defesa da democracia e contra o fascismo. Esta frente, democrática e antifascista, teria o objetivo de dialogar com a sociedade e garantir a liberdade efetiva do povo trabalhador e não a liberdade dos banqueiros, superando nossas disputas internas menores e pavimentando o caminho para a construção de uma sociedade justa, solidária, democrática e igualitária.
Vamos a luta, venceremos!
Comments